sexta-feira, 6 de setembro de 2013

49. Subi no ônibus

Para minhas expectativas, tudo se voltava a minha solidão, reclusa a espera de um novo amanhecer. Essas passagens que marcam nossa vida. São instantes junto a alguém que amamos que nos fazem ver que somos agradáveis que nos dá sentido a vida. Queria poder dizer tudo a Capitu, que estava guardado dentro de mim, sem segredo. Mas ao mesmo tempo sentia o medo, de ainda não ser o momento oportuno. Estar sozinho, por um instante, me fez ser quem realmente sou, ou talvez, os exageros de Capitu, demonstrassem ainda maturidade e o medo da solidão. Ela amava, sem medo, isso também me assustava, pois sabia que alguma coisa devia ser guardada. Essa angustia de sabermos se realmente estamos sendo reconhecido nos põem em viajar com nossos próprios pensamentos, tentando encontrar o momento e o local ideal, não simplesmente soltar aos sete ventos tudo que possa ser considerado algum sentimento. Então, foram pra mim, momentos de reflexão, que me serviram botar na balança o que realmente estava acontecendo entre nós.

50. Um pouco da tarde

Ela veio, era tudo que eu queria, apesar de não a tê-la, era mais do que eu queria. Reli alguns trechos de shakespeare. Era noite. Era dia. Era uma tarde que caia. Mas não uma tarde qualquer, era uma tarde em que tudo que falei foi me mantendo calado. Pois era tanto, tanto o que queria lhe dizer, que não iria caber, nesse tempo dessa tarde vazia. Poderia existir uma vida, mas não caberia. Ela entenderia. Passou, como uma tarde vazia. Ficou um pouco de nós dois a quem restou de nós. E nesses espaços vazios, bastava um olhar. Você há de compreender, porque saudades, ficam, como folhas de outono, que escrevem um instante para quem está apito a notar.
Quando jovens, o tempo passa, mas rápido. Assim quando crianças. Vivemos em um mundo imaginário, que idealizamos, e toda a realidade se despede. Temos medo dela. Ela repeti, sempre se repeti, demonstrando que devemos procurar uma maneira para mudar. Somos capazes, capazes de inventar. Tudo o que estou tentando tornar compreensível talvez não pareça, as interpretações são mais que diversas. Mas não se iluda, somos os mesmos, e a tarde sempre vem.

51. O rio de prata

Uma passagem pelo rio, refletindo minhas horas. Tudo acontecia por um momento. As coisas são muito rápidas. Você não acha? Um turbilhão de coisas acontecem em um tempo que poderia se acalmar. Talvez nesse momento não estou em um lugar devido para redigir essa metade. Alias, essa é uma metade, ou queiro que a seja. Por aqui sempre se abrem as paginas tortas, a desejar como queira que se abram.

52. Foz da figueira

Em um lugar que queria estar, para continuar, mas não á pude. Estou parado, olhando tudo a minha volta, e procuro a entender. Vilarejos, construídos com o tempo. Deixados para todos nós. Egoísmo sim, de um mundo que queira que seja só de dois. Esses fios todos espalhados, dependurados, estão iluminando, que vem de uma foz. Uma noite não é mais tão calma, não existem mais as velas. Eu queria conversar com você. Não consigo entender essa solidão de quem sempre buscou por nós dois. Sinceramente, são questões que me vem porque tamanha solidão. Espero, que você apareça. No meu caminhar, no meu olhar, que já desgasta a sua espera.


53. Lado a lado

As coincidências não acontecem comigo e Capitu. Acho que nossa maior coincidência foi termos morado lado a lado. Sempre fui acometido por coincidências, mas nunca com Capitu. Coincidências. Sabe. Dessas de você estar em algum lugar, surgir o pensamento em certa pessoa e de repente essa pessoa aparecer. Mas com Capitu nunca aconteceu. Por isso digo, nossa maior coincidência foi sermos lado a lado.

54. Um dia é da caça outro do caçador

Tudo aquilo que toma nosso pensamento, pensei no seu valor. As janelas abertas, que adentram o conhecimento. Já me desperdicei em pensamentos tolos, que não tomaram qualquer sentimento, pelos desvarios da vida. Acredito que a maturidade me consome, com suas exigências e responsabilidades. Como tomar por um instante esse pensamento, sem que seja necessário, só para mim, me envaidecer. Sim, porque não? Talvez aja de mudar, por conveniência, se a maturidade me permite, com suas exigências e palavras de convenção. Como ia dizendo, uma janela aberta, nos toma a atenção. E meu conhecimento não é difuso, não tem impedimento. Tomei-o com sabedoria para poder viver. Ainda, como ia dizendo. Não tenho mais esse meu tempo para desperdiçar. E esses que comigo em pensamentos se perdem, elas não nos faz perder. Nem em nos deixar.
Na selva em que nos imaginamos, somos vistos por nós mesmos como um selvagem, que inventou uma palavra, que se chama amor, e que nosso maior tempo somos consumidos por sentimentos. Nesse céu de estrelas, nessa tenda que nos disparamos em pensamentos, nos fazemos homens, e mulheres, mas somos vistos como muito mais, talvez, por essas aves, e essas aves, que ha de pensar?
Fecho essa mesma janela, para não mais inventar, inventar nos consome, havemos de amar. Pois, como você não queira acreditar. Ainda não amei o bastante, nem comigo pensei em amar. Me foge longe esse sentimento, dele prefiro me afastar, deixo pra você o meu amar, pois outros coisas tenho pra pensar.

55. Quase tudo vai trigo

- Faça por merecer as ressalvas de convivas meu Santiago.
Como se não desse ouvido as considerações de D. Glória. Mais que merecidas fazia minhas convivas, ainda assim lhe via os méritos das observações sem desvalorizar as suas ressalvas.
Submetia as exigências em desconforto com a esperança de quem guarda do amanhã um café, com pão, manteiga, frutas, e dela, Capitu, o sorriso, verdadeiro, de quem vê, sente e vive sem querer por que. Que no encontro de meus braços visa o porto seguro de um amor.
Não pense que faço pedidos de atenção de graças, ou meu jeito, entenda que queria mais que a atenção, nesse momento, pelo menos, não é agora que seremos felizes, é pra sempre não é?!? É! Para ser, o que sobra da mesa ou o que dela falta?

56. As duas Pontas da Vida

Coloco sem notar as meias que meus pés aquecem de manhã; ponho meus pés no chão com as meias de algodão. Chinelo de borracha e as meias de algodão; Os verdadeiros pés no chão. Para a sala de jantar, ainda é cedo pra se preocupar. Quero mesa pronta. Sem me preocupar. Ainda é cedo, pra se preocupar.


57. O Livro

A vida não é um resumo. As linhas de suas fases são continuas e divididas em parágrafos. Em cada linha a pontuação são alicerces que tomamos para viver. Não que ela seja um texto difuso, mas em cada fase, sua identidade pode ser mais bem definida. É quando nos perdemos nas linhas desses textos que devemos, cada vez mais nos encontrarmos.

58. A Sorte Grande

O autor diz das loterias que não sejam abolidas. Que nenhum ganhador as acusou de imorais. As minhas conclusões; tente ganhar na loteria, quem sabe assim possamos aboli-la e acusa-las de imorais. Se não imorais, pelo menos não condizentes as normas de um banco central. Hala, Hala Real!! Acreditei, com a vinda do Imperador, que viesse estudar medicina, ou ir estudar leis em São Paulo, ou partir a Europa, como insinuou Capitu, mas acabei no seminário de São José. Me achei a sorte grande no bolso. A farmácia faliu, é verdade, o dono fez-se um banqueiro, e o banco prospera. E não me faz esquecer, aquelas metades de um sonho. O dia de sábado. O bilhete 4004. As insinuações dos comentários de algum peralta na vizinhança. O fingir uma tosse que justificasse passagens para a Europa. Nem que a vaca tussa. Parecia a vaca de Homero. Fizemos um juramento, eu e Capitu, e virá de cumprir. Iremos de nos casar. Dizer que dei mal as lições daquele dia. Na verdade, o que esperava mesmo, não era um bilhete premiado, mas sim o reconhecimento que viesse por um par de camisas e sapatos daqueles de duraque, mas renovado, que pusessem a atribuir a minha função devida posição. Pois Capitu adquiriu de Sorte Grande, suas canções, que de poeira levantou mais que conchinhas a beira mar. Vão catar conchinhas. Quis eu achar um sobrevivente para essa peça toda.

59. Coqueiro ante os livros

Me surgiu fugir dessa trama toda, pedi até aos deuses todos, por favor, livrai me de todo mal. Pensei em ler a História da Loucura de Foucault, terminando a releitura, como dos tempos de faculdade, mas isso tudo me envolveu e me tomou, que achei achar em tudo algo que realmente revelasse a traição. Mas ei de me fazer seminarista, como você desgraçado leitor. Se surgiu um ultimo superlativo, que me envolvesse, e me posse a refletir, veio daquele que de inicio, falei que moravamos juntos e veio também a me deixar. Mas como também envolto a essa trama que tomou minha vida, em todas as declarações mais frágeis que fossem. Estarei presente, não se faça escusar. Que serei esse superlativo para você nos momentos de mil ave marias.
Não houve cena que apresentasse todo esse despudor que sua mente engana. Não houve, mas fui traído. E não faça de Capitu sua devota, porque dela sentiras todo esse despudor, na santíssima de gerar um filho que não de seu amor. Nos acharemos, como em todas passagens, de assíduo leitor, em todas os romances, mas que um romance, um realismo. E o que fugir, tentara encontrar semelhanças, em todos os amores. Não que isso seja uma obra de Satanás, mas se verá vazio. De Satanás são as musicas, como dizia o autor, mas sua obra, queria merecer uns melhores devotos, dizendo que escrituras são santificadas, e lavradas para e beatificação. Não façamos disso tudo o momento de traição de Capitu, como já iria dizendo. Isso não é uma orgia literária. Isso é uma orgia literária. Não é minha pretensão, trazer mais um beata, fanático, um papa missa, como diria Capitu, mas compreenderás lendo. Venha ao próximo capitulo.




O tempo veio me trazer em forma de escritura os meus passados de torpor. E me desfiz em reler, em provar, dessa volta. Me encontrei em algumas páginas, de primeiro, com maior entusiasmo, de segunda, como admirador, e por ultimo com um verdadeiro amador. Um analista em demasiado, escultor de ilusões. Mas ainda me adapto a esses teclador, sem usar esse espaço de volta, que são suas borrachas. Como os antigos, que não tinha essa ferramenta. USAr e pena com maestria.
Se tomei esse como referência e tomo de sua maneira narrativa para continuar, ainda junto papeis antigos e adapto seus personagens.

60. Um teatro inventado

            Não ficasse sabendo eu das histórias antigas, mais que queiram me contar. Tentei, atento, descobrir mais que inventaram para me afastarem de Capitu. Acreditei ser filho único, desde o instante que nasci. Pelo menos era isso que sabia. Meu Pai fora falecido, não me existe outra idéia que ele já tenha partido. Dele viver a casa ao lado é algo que me sugere a uma piada de muito mal gosto; uma historinha muito sem graça; A gente do Pádua. Cuidado a gente do Pádua. Dizia José Dias. Se fosse vivo meu Pai, como sugeriu idéias que escutei quem seria aquele a foto junto de minha mãe no quadro que tanto me fazia lembrar. Minhas parecenças físicas com esse tal da vizinhança que querem me dizer filho não se justificam com minhas descobertas. Jamais; Não faço parte desse teatro mal inventado. Meu pai partira; fazem dez anos. Minha mãe esta por completar quarenta e dois anos. Como se separam dois vizinhos por contratos de união? Um vende sua parte para poder repartir e nunca mais podem se casar novamente? Ou fica essa situação que hoje existe nessa casa. Não sei bem certo. Isso fica entre nós, leitor confidente. Não sei realmente quem são meus pais, nem se existe uma irmã em minha vida e é por isso que não querem minha união com Capitu. Essa é na verdade a História de minha mãe, ou da mãe de Capitu.

61. Foste perfeito em seus caminhos

As minhas amizades. Foi a mim que ele denunciou, não foi a mais ninguém, foi a mim; então me senti em cabido em relatar esses fatos; um pouco tardia talvez, pela cobrança que me imponho a compreensão e a idade, pois adoro a literatura, e amo os livros. E eles são importantes, e muito de mistico. Se me perguntarem o que acredito ser místico, responderei certeiro. A montaria. A montaria é mística. A montaria e os livros. Assim nos correspondemos. Talvez muitos outros, mais tarde, ou talvez nunca, tenham adquirido a riqueza dessa obra, mas não julguemos, e nos sintamos distintos. As minhas amizades ficam esses entendimentos, que serão compreendidos e interpretados ao seu mundo maior. Digo ao seu mundo maior, porque cada coisa se deve seu tempo. Não se pode ensinar ao iniciado tarefas de mestres. José Dias, sim ele que me denunciou, e foi o mentor dessa trama. As minhas amizades, não desejo que se rebelem na adolescência, ou em um retarda adultisse pela falta de amor correspondido e sem espaço, e com pouco ombro amigo; talvez se repita os momentos de indignação, querendo se tornar o dono da casa e expulsar um agregado. Não precisarás de guias em seus passos, mas ao precisar, saiba que devolvo a frase que deixaram na partida de Ezequiel em Jerusalém. Foste perfeito em seus caminhos.

62. A pureza dos anjos

Não darei vazão à desistência, por um possível desleixo da gramática, mas seguirei, com o intuito de ver o que comecei por acabado. Desloquei o esforço possível para dar vida aos personagens deixados com clara doação a verem furtados seus em novas aventuras. Fiquei extasiado, não extasiado, acho que essa não é a palavra, mas diria admirado, como leitor, ao ver deixado com veemência à exclamação de que Capitu tinha suas particularidades e que era mais mulher do que eu era homem. Acho que deixei escapar a mim compreensão ao universo feminino, ou não que esses universos tenham alguma divisão, distinção concluídas por quem já atingiu a pureza dos anjos. Reposição das palavras do autor, sem alterar uma vírgula: “Capitu era Capitu, isto é, uma criatura muito particular, mais mulher do que eu era homem. Se o ainda não disse, ai fica. Se disse, fica também. Há conceitos que se deve incutir na alma do leitor, à força de repetição”.



Um escritor, não sei qual, pois minha memória é boa, posto que de interesse, dizia que depois dos cinqüenta, escrever quando pega, não larga mais. Bem que acredito, nem passei dos trinta e esse vicio já me consome. São detalhes que avistamos e procuramos relatar. Não creio que sirva de fato a uma mera denuncia, porque denunciar é cansativo e demais de chato. Tomo como um confissão para minhas horas de insulamento, porque eles existem e me tomam como a todos, agora mais, pois cada dia que passa esses caminhos se tornam mais tristes e com o sentido que inventamos e da-los. Ora certo, como os silencio das tarde, ora agitados como a rebeldia dos mares. Detalhes esse que não deixo em notar, por mais desapercebido que me faço e mais silencioso que me torno, apesar e tamanho amor. Nos seus olhos na manhã, nas despedidas sem amor, que depois se tornam mais sinceras no seu refletir. No caminhar desajeitado, nas reflexões mais inúteis, que veras, surge como no canto do rosto um sorriso que se perde em si mesmo. Esse pensar sem porque, das coisas da vida. Esse estar com milhões de respostas, que não cansam em buscar as verdades. Esse é o seu jeito pra mim que posso ver. Às vezes se encontra assim destraidos, pelos percalços da vida. E sabemos como seremos encontrar em nós mesmos as respostas, pois no existir tem seu porque, de estar e porque. Sabemos como muitos somos como poucos. Não se tente procurar onde estou, pois pertenço a esse vazio que existe em você, como no calor que se doa aquecer. Esses lábios de enganos, seus braços de estranhos, esse seu jeito qualquer, por mim minuto se quer. Qualquer flor que queira me dar, por favor, queria encontrar esse momento que lhe faço buscar. 

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